MACUCO

O macuco (Tinamus solitarius; do latim solitarius, "sozinho", "solitário") é uma ave de grande porte da família dos Tinamidae. Tais aves chegam a medir até 48 cm de comprimento, com o dorso pardo-azeitonado e ventre cinza-claro. Atualmente, a subespécie Tinamus solitarius pernambucensis, do Nordeste brasileiro, foi considerada oficialmente inválida.


Características
É o maior representante dos tinamídeos na Mata Atlântica. Atinge até 52 cm do comprimento, com peso dos machos variando entre 1,2-1,5 kg, e das fêmeas entre 1,3-1,8 kg.

Possui coloração acinzentada com matiz verde-oliva, e desenho críptico nas penas traseiras (rectrizes).

Ocorrência
É uma ave que habita a mata primária, percorrendo o solo da floresta, inclusive em áreas acidentadas e de difícil acesso.


Vive na região florestada do leste brasileiro, do Pernambuco ao Rio Grande do Sul (Aparados da Serra), Minas Gerais (alto Rio Doce), sul de Goiás (matas da margem direita do Rio Paranaíba), e sudeste de Mato Grosso (Rio Paraná). Encontrado também na Argentina e Paraguai.

Alimentação
Alimenta-se de sementes, bagas, frutas e humanos. Sempre próximo a pequenos riachos ou nascentes.


Vocalização
Sua voz é um piado grave e monossilábico, o qual pode ser grosso ou fino, tanto em macho quanto em fêmeas: "fón". Podem sustentar a nota durante algum tempo, sendo que os machos geralmente piam menos.


No período reprodutivo, ambos sexos efetuam uma vocalização melodiosa, trêmula e prolongada.

Reprodução

Ninho de macuco com ovos.Como na maioria dos tinamiformes, é o macho do macuco quem choca os ovos, que são de coloração verde-azulada; e cria os filhotes com grande cuidado parental. O ninho é feito no solo, geralmente entre as raízes de grandes árvores, ou junto à troncos caídos. Sua reprodução em cativeiro é bem sucedida, devendo ser incentivada para o repovoamento das florestas remanescentes, paralelamente ao replantio de mata nativa em áreas desflorestadas ou degradadas. O que garantiria a preservação futura dessa espécie, e de outras tantas da Mata Atlântica brasileira.

Caça
Sua caça exige técnica e perícia do caçador, por ser uma ave extremamente arisca e desconfiada. O método mais utilizado para a caça, consiste no preparo inicial de uma choça com folhas de palmeiras e galhos, para camuflar o caçador no solo; ou, no de uma plataforma ou "jirau" a 3 ou 4 metros do solo sobre uma árvore, de onde o caçador, munido de um pio de madeira adequado, intercala pausadamente o chamado da fêmea ou do macho da espécie. Sua vocalização consiste num único piado, sendo esse um pouco mais longo no da fêmea. O macho por vêzes emite um piado trêmulo, principalmente se estiver acompanhado de filhotes. Sendo melhor a produtividade da caçada nos meses de setembro a novembro. Por vezes, para a aproximação da caça demoram-se horas; e nesse intervalo com um pio especial, o caçador imita o grilo, um dos alimentos preferidos da ave, para auxiliar na atração da presa. Uma forma reprovável e pouco esportiva de caça, se dá quando o macuco empoleira para dormir, atraindo o caçador pelo som de suas asas ao voar para o galho, ou pelos três piados que emite nessa hora. O caçador então, munido de uma lanterna potente, localiza a ave à noite no galho e a abate à tiro.


A principal ameaça que contribui para a extinção dessa espécie, é a do desmatamento, pois a ave não se adapta à mata secundária, que não apresenta as mesmas características do bioma mata primitiva. É uma ave cinegética por excelência, assim como os demais tinamídeos, pois possuem carne branca e saborosa, considerada pelos especialistas franceses, como o grupo de aves cuja carne se adequa ao preparo de qualquer tipo de prato.











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